Há dias em que se ganha, outros em que se perde. Ultimamente, tenho experimentado simpáticos exemplos do segundo grupo.
Perdi a oportunidade de tirar a carta à primeira, mantendo a linhagem familiar de encartados sem nódoas. Perdi a sorte de circular por aí com o carro que o Expresso, surpreendentemente, não me atribuiu e que eu apregoava, aos sete ventos, que iria ganhar (especificando até que seria o modelito do José Luís Peixoto). Perdi a consideração por uma pessoa que descubro encaixar, e de que maneira, no perfil – muito ruim – que já me haviam desenhado. Perdi o meu par de jeans favorito, rasgadinho mesmo entre as pernocas.
Mas, diz também a sabedoria popular que, quando uma porta se fecha, lá se abre uma janelita. A carta, lamento família, terá de ser conseguida da próxima vez. Saldo positivo para mim que acabo de ganhar, não um carro, mas dez maravilhosas aulas de condução matinal e novo exame, com sorte, avaliado pelos mesmo senhor “examinador terror” cá do sítio. Saldo negativo para a minha conta que já leva menos 300 euros à custa deste chumbo. O carro do Expresso era mesmo muito pequenino. Os meus amigos até são grandes e muitos. Não ia conseguir levá-los a sentir a adrenalina da minha condução – com um “grave defeito a corrigir”, nomeadamente na direcção – devida e solidariamente acompanhados. O Toyota só dá mesmo para quatro pessoas elegantes e circular num carro com a mensagem “vem andar no meu carrossel” pode dar azo a interpretações dúbias e pouco castas. A pessoa por quem perdi a consideração perdeu, não um, mas vários passeios no carrossel, na montanha russa, enfim, num parque de diversões ao qual, lamentavelmente para ele, nunca terá acesso. Ganho eu. Mais juízo. Perdi os meus jeans mas ganhei compostura. Sim, que andar com calças perigosamente gastas pode não ser muito boa ideia. Fecharam-me a porta. Sim. Mas, vá lá, abriram-me um buraquinho. Nem tudo é mau.
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