terça-feira, 30 de setembro de 2008

Da nuvem

Hoje, lembrei-me de quando olhava para as nuvens, deslumbrada, adivinhando figuras nos contornos daquele algodão dos céus. Lembrei-me que desafiava os mais velhos para verdadeiras competições. “Não vês nada ali??? Eu vejo um cavalo!” respondia muito orgulhosa. Via sempre alguma coisa. Porque queria, tremendamente, ver. Hoje, e depois de uma série de acontecimentos recentes e inesperados, apercebo-me que, tal como em menina, tenho tendência para ver e reconhecer aquilo que, forçosamente, quero ver. E acreditar. Só que, nem sempre, aquilo que parece é. O cavalo, para outros, pode ser um humano. Para outros, ainda, pode ser uma simples nuvem no céu. Só isso. Acredito que, finalmente, aprendi que todos temos diferentes dicionários. E que isso não é, necessariamente, mau. Muito pelo contrário.

Nuvem é um conjunto visível de partículas diminutas de gelo ou água em seu estado líquido ou ainda de ambos ao mesmo tempo (mistas), que se encontram em suspensão na atmosfera, após terem se condensado ou liquefeito em virtude de fenômenos atmosféricos. A nuvem pode também conter partículas de água líquida ou de gelo em maiores dimensões e partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais, de fumaças ou de poeiras.

As nuvens apresentam diversas formas, que variam dependendo essencialmente da natureza, dimensões, número e distribuição espacial das partículas que a constituem e das correntes de ventos atmosféricos. A forma e cor da nuvem depende da intensidade e da cor da luz que a nuvem recebe, bem como das posições relativas ocupadas pelo observador e da fonte de luz (sol, lua, raios) em relação à nuvem.

(Fonte: Wikipedia)

sábado, 27 de setembro de 2008

Não há coincidências

M., de cada vez que olha para o monitor do computador e as horas parecem reflectidas como espelhos, grita "são 11 e 11" ou "16 e 16". Por vezes, vai mais longe e chega a dizer "são 15 e 17, mas há 2 minutos atrás eram 15 e 15". M. acredita que, nesse momento exacto, algum "anjinho", como gosta de dizer, está a olhar por ela. E eu, céptica nestas lides, passei a duvidar das coincidências. Invariavelmente, quando me dá boleia depois do trabalho, passamos pelo monitor da A5 que oferece conselhos ao tráfego que passa. Os dígitos marcam 19 e 19. Nessa altura, gritamos as duas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Na casa de Rabea

(Foto DN-Nuno Fox)


Toca a campainha. Uma esvoaçante e simpática Rabea Essenghini abre a porta para uma sala em tons laranja e odor a suave incenso. Há 22 lugares em mesas com azulejaria e louça magrebina, cadeiras e bancos forrados com a mais pitoresca tapeçaria árabe. O som convida à dança do ventre. Ao fundo, um arco ladeado por bengaleiros separa o bem-estar dos convidados da mestria da cozinha – aberta – desta anfitriã de bom gosto. Lá, vêem-se armários e uma bancada. Do lado de cá, um móvel com estantes e uma moldura. A fotografia faz adivinhar uma presença feminina. Será Rabea?

Poderíamos estar em Casablanca, não ficasse a Flor da Laranja na alfacinha Rua da Rosa, 206. Já tinha lido algumas peças sobre este restaurante marroquino. Um dos três existentes em Lisboa, todos no Bairro Alto. A Rua da Atalaia é sede do Ali-à-Papa e Pedro das Arábias, os pioneiros, por esta ordem, na arte de convidar portugueses a saborear a gastronomia deste país norte-africano.

Rabea, tal como a minha mãe, nasceu em Casablanca. Está em Portugal há 11 anos. É ela que faz as compras, cozinha e serve os sortudos que entram em sua casa. A simpatia do atendimento de Rabea torna inevitável, e imediata, a comparação com o serviço da nossa restauração. Desvantagem para nós, claro está. A ementa deste restaurante é escrita com poucos caracteres. No total, quatro, cinco pratos principais compõem a carta alterada semanalmente. Isto permite que Rabea possa confeccionar, praticamente na hora, os pratos solicitados dispensando outros intervenientes no processo. A espera é significativa mas vale muitíssimo a pena. Pressas para quê? Afinal, estamos na casa de Rabea. Ouve-se música e conversa-se, trincando uma tosta com um queijo e especiarias bastante interessantes.

O Couscous Tradicional vem servido num recipiente de barro afunilado. A sêmola de trigo aconchega um saboroso pedaço de carne, couve, cenoura, courgette e grão. Nem salgado nem insonso. No ponto. É comida para se saborear, lentamente. Nada sobra no fundo e Rabea fica manifestamente satisfeita. A dose dava para duas pessoas. Com pouca fome, é certo. Mas degustei o prato com tal satisfação que nem poderia ter sido de outra forma. A sobremesa escolhida é um Pudim de Laranja e Maracujá, ornamentado com hortelã e calda do fruto da paixão. Desenjoativo, ideal para fechar a porta do estômago, por ora, imensamente satisfeito.

Flor da Laranja é, definitivamente, um local a visitar por todos os amantes da variedade gastronómica. Prometi voltar, desta vez com a minha mãe. Para que prove um Couscous feito por alguém que não ela. Para que seja a convidada e não a anfitriã incessante. Ali mesmo. Em Casablanca. Na casa de Rabea.

Aos 24...

só me ocorre dizer obrigada :)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ando a pensar nisto

E se, de repente, algo que rotulámos, desde sempre, como fraqueza, se revelar um ponto fortíssimo na conquista de um tentador desconhecido?

Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova (Ensaio, Toranja)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Preguiça numa noite de Verão


Quando precisamos de trabalhar, umas vezes vemos documentários sobre o acasalamento dos ursos polares (caso verídico), outras fazemos tarefas domésticas compulsivamente. Também podemos matar o tempo na blogosfera, ou entretermo-nos a descobrir a nossa própria paisagem.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aniversários do mês

Nota: as pessoas nascidas neste mês são verdadeiramente fantásticas, não concordam?

Setembro

06 – MJF (Moçoila de Alcobaça que, durante a semana, vive ali para os lados de Roma)
13 – SPES (a minha londrina favorita que segue este blog com fervor)
17 – AR (Moi-même. Um apartamento na Bica está de bom tamanho. Entre todos, nem fica assim tão caro. Obrigada, são uns queridos!)
19 – LF (JP, esta lembrança é para nós. Pequena muito viajada que, por agora, assenta arraiais em Campo de Ourique)
23 – CA (Profissional “amadora” residente na Margem Sul. Outra lembrança direccionada a AR e JP)
28 - PA (outra querida amiga do coração. Desculpem lá, mas isto é útil e assim não me esqueço!)