quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Parabéns a vocês!

Vanessa Fernandes e Nélson Évora. Prata e Ouro cá da casa. Para eles, os meus parabéns! Para a Cilas também. Não ganhou medalha mas comemora, hoje, mais um aniversário.

Pergunta do dia: será que o segredo dos 17,67 metros de Nélson Évora também está numa boa pratada de Nestum com água?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Post ao lado


Finalmente ouvi o álbum dos Deolinda na íntegra. “Canção ao Lado” dá nome a um interessante conjunto de 14 faixas tão diferentes como os padrões vários dos xailes vestidos por uma Ana Bacalhau que, de crua, nada tem. Sumarenta, a voz de Deolinda consegue ser doce e ácida, limpa e suja, melódica e estridente. No fundo, versátil. Como o bacalhau.

Este álbum, nada ao lado, consegue reunir, certeiros, ironia, amores e desamores, fado e desdita sob uma guitarra portuguesa irrepreensível e um humor simplesmente fantástico. As letras musicadas por Ana Bacalhau têm tanto de “Boca do Inferno” (Agora não que é hora do almoço. Agora não que é hora do jantar. Agora não que eu acho que não posso. Amanhã vou trabalhar. “Movimento Perpétuo Associativo”), na sátira dos costumes, como de poesia contemporânea (E soubesse eu artifícios de falar sem o dizer, não iria ser tão difícil revelar-te o meu querer. Timidez ata-me a pedras e afunda-me no rio. Quanto mais o amor medra mais se afoga o desvario. E retrai-se o atrevimento a pequenas bolhas de ar. “Não sei Falar de Amor”), na ode aos mais nobres sentimentos.

Para ouvir noite dentro. Enquanto o bacalhau demolha e a "Garçonete da Casa de Fado" atende os fregueses… No Brasil, Casa de Fado não seria mole assim.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pois Café



Pois, há anos que queria ir ao café que escolheu para nome a conjunção mais utilizada pelos portugueses. As duas simpáticas austríacas assim o entenderam e, depois de achar um piadão ao nosso querido “pois”, abriram estaminé na Rua São João da Praça, coração de Alfama. E fizeram muito bem!

Dizem que o Pois Café recria na perfeição o misticismo de Viena. Ainda não conheço Viena mas amo Lisboa e digo, muito justamente, que o Pois Café é dos locais mais agradáveis onde dei, não dois, mas muitos dedinhos de conversa. Ao sabor de um delicioso Pois Brunch (sumo natural de fruta, café, pão de várias qualidades, manteiga, doces e um prato de vários queijos, fiambre e presunto), fiz a vontade ao ócio e à preguiça do feriado e deixei-me ficar naquele sofá de veludo verde (encovado pelo tempo) durante horas iluminadas pelo candeeiro dourado a condizer com o tampo da mesa redonda.

O espaço é de uma fusão de misturas que, no fim de contas, encontram a harmonia sem qualquer hesitação. Mesas de madeira quadradas, outras corridas, sofás, poltronas, laranjas, verdes secos, veludos, latões e tecto recheado de abóbadas. A simpatia das austríacas, num atendimento familiar e delicioso, é de louvar. Perante aquela abordagem, percebemos como a maioria do serviço de restauração, em Lisboa, peca pela falta de calor humano. E calor é coisa que não falta nas paredes de pedra do Pois Café. Pessoas simpáticas, mistura de culturas e idiomas, revistas e jornais para consulta (muitos títulos; melhor: actuais) e livros. Quem quiser, leva um para casa. Contrapartida: deixa outro no seu lugar.

Enfim, um lugar de permanência obrigatória. Não é? Pois claro que é!

sábado, 16 de agosto de 2008

Put your feet on the ground


É oficial. Moçoilas deste mundo, as Melissas são as vossas novas amigas! Estou rendida a essas piquenas (vá, 39 não é assim tão pouco) que fazem as maravilhas de uma rapariga que preza tanto o conforto dos pés. Contra o cepticismo que tinha...eis que digo ao mundo que sim: as Melissas, para além de giras, são ultra confortáveis.

p.s. Melissas com boas reduções na Gardénia do Chiado.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Fado de Ana Moura


Ontem tive o privilégio de ouvir Ana Moura ao vivo no Barreiro. Sob uma lua imensa, frente ao estuário do Tejo e ao sabor do vento, ouvi, senti e emocionei-me com aquele Fado.

Simpática, simples e lindíssima, Ana Moura é dona de uma voz poderosa e de uma presença cheia e sentida.

Sobrinha e prima de fadistas, confesso que nem sempre me deixei tocar pelo Fado. Mas ontem, o Fado foi, sem dúvida, o meu destino. Amei.

Tanto que amanhã, o Fado do meu cartão de crédito será a aquisição de Guarda-me a Vida na Mão, Aconteceu e Para Além da Saudade.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Aniversários do Mês

Para que nenhum aniversário do círculo de amizades do Tudo a Posts fique esquecido, inauguro nova secção neste blog. Sob a designação original de "Aniversários do Mês", lanço este novo espaço de minha total responsabilidade. Em caso de engano nas datas ou omissão de algum aniversário que entendam pertinente, é favor deixar comentário. De nada. Eu sei que sou uma querida!

Agosto

13 - SG (não é a marca de tabaco, mas ela até fuma um cigarrito de vez em quando)
21 - Cilas (trust me, não é nenhuma cilada e até dou uma voltinha nocturna de lancha se estiver enganada)

domingo, 3 de agosto de 2008

A quem não soube dizer adeus

A ti, porque nunca soube dizer-te adeus. Porque fomos tanto, mas nunca chegámos a ser. Mais uma despedida? Não. Só uma tentativa. Que ainda não o sabe ser. Ensinas-me?



Poema da Despedida (Mia Couto)

Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo