
Sim, é verdade que não partilho da euforia estrogénica que gira em torno do Brad Pitt. Mas admito que é ele o protagonista de alguns filmes que me marcaram, como Seven ou Fight Club (talvez o realizador seja a explicação). Sim, chorei baba e ranho com a história de um Benjamin que nasce pequenino, em tamanho, mas portador das patologias de um homem de 80 anos. A história da vida de alguém que caminha na direcção contrária. Sim, é verdade que o filme lança alguns motes cliché, de fácil comoção, como o “nunca sabes o que vai acontecer amanhã”, “nem tudo o que parece é”, “nunca é tarde demais para fazer e acontecer”. Sim, é verdade que o filme é longo (cerca de três horas). Mas também é verdade, e inegável, que o desempenho de Brad Pitt e Cate Blanchett é fantástico e o trabalho de caracterização surpreendente. Brad Pitt surge irrepreensível quer na versão envelhecido e encovado – ao mesmo tempo que exalta curiosidade e vivacidade no olhar da criança que é –, quer na meia-idade, nos trintas ou na adolescência (como o fizeram parecer tão novo?!). Cate Blanchett está simplesmente magnífica na pele da mulher que sempre viu para lá das rugas, brancos e acne de Benjamin. Sim, é filme, ficção da mais elaborada. Comove na medida certa com que precisava de ficar comovida. Sim, gostei muito. Vão ver.
1 comentário:
Finalmente deixei-me levar pela curiosidade que este filme há muito me despertava. "Caminharmos em direcção à juventude e não à velhice? Porreiro!" E lá fui ver o filme.
Resultado: saí da sala de cinema ainda a recuperar de horas de choro pegado - há muito tempo que um filme não me fazia chorar assim - e sem perceber como é possível não se gostar, e muito, deste filme. Irrepreensível sob todos os aspectos: interpretações de Brad Pitt e Cate Blanchett, fotografia, guarda-roupa, montagem, efeitos especiais. Um filme que mexeu comigo. Profundamente triste, mas belo e tocante em todos os detalhes. E os tais clichés de que se fala, para mim não passam de verdades da vida contadas através de uma história fantasiosa, é verdade, mas belíssima.
Valeu os escandalosos 5,70€ que temos de desembolsar para ver filmes "no escurinho do cinema". Não ganhará, certamente, todos os 13 óscares para os quais está nomeado, mas creio que vencerá muitos. Eu vou ficar a torcer.
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