terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O post obrigatório

2008 tem sido verdadeiramente cheio, intenso, inesperado. Olhando para outros anos – e assumindo o facto deste ser o mais recente, logo, o mais fresco na memória – atrevo-me a dizer que este está a ser aquele que mais mudanças tem impresso na minha vivência. Novo emprego (com tudo o que isso implica). O reencontro com alguém especial do passado (e que ainda hoje me faz estremecer). A sua música, ao piano (tanto talento). Nova morada (nos dias de semana) numa (ainda) estranha localidade. Conhecer e conviver com alguém que sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo (embora não assumido). Novas amizades (já tão essenciais). As suas crianças lindas (tão espontâneas, tão fáceis de amar). O perdão e a segunda oportunidade para alguém que danificou o lar que finalmente elegia (é passado, já passou). O concerto do David Fonseca no Coliseu (o elogio à criatividade). O reatar de velhas e boas amizades (nunca se perderam). A primeira viagem de avião (levitação). Os Açores (beleza pura). Uma amiga que partiu cedo demais (fica o seu sorriso, sempre rasgado e fácil). A (re)descoberta do Fado (Ana Moura e Deolinda). O Pois Café (ai, a preguiça). Conduzir um automóvel pela primeira vez (a autonomia que tanto anseio). O concerto da Aimee Mann (fantástica). O reforço de uma amizade há anos celebrada (tão preciosa). Os reencontros (deliciosos). Todos os meus amigos (lindos, presentes, autênticos). A minha família (sempre).

It took me nearly a year to get here. It wasn't so hard to cross that street after all, it all depends on who's waiting for you on the other side. (My Blueberry Nights)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Para ti (aviso: o teor deste post é altamente lamechas)

Agora que sabes que esta AR sou eu, apetece-me dizer à blogosfera, estratosfera, atmosfera e tudo quanto está para lá de nós…como é precioso ter-te por perto. Sempre aí. Desse lado. O primeiro bom dia (online, ok) de todos os dias. A tua adoração – e meu repúdio – pelas segundas-feiras. O meu gosto pelo preto, a tua tendência – exacerbada – pelo branco (“é muito giro” ao que eu respondo “não é nada”). Começo a achar que tens razão – aliás, sempre tiveste – e que os opostos se atraem e resultam lindamente. E, ao mesmo tempo, pergunto se seremos assim tão opostos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Da confiança

Não confiamos no vizinho do lado, sempre sorridente (deve ser cinismo), no marido que chega tarde a casa (deve ter outra), na amiga que fala demais (foi ela que contou o segredo), no filho que perdeu o dinheiro do lanche (deve ter ido comprar porcarias).

Mas, na estrada, confiamos no Outro e no cumprimento do Código. Avançamos perante o verde, entramos na rotunda porque o carro que lá vem assinala intenção de sair. Ultrapassamos. Não duvidamos que a viatura da frente não vai acelerar e desviar-se para a esquerda, dificultando a manobra.

Circulamos. Todos os dias. E nem questionamos se um qualquer louco não virá em contra-mão. Na nossa direcção.

E na vida, simplesmente já não confiamos. Nem nos actos, nem nas palavras, nem nas promessas, nem nas boas intenções. São sempre maliciosos, falsos, vazios. Pontos com nó. Ofertas com cobrança. Chamadas a pagar no destino. Publicidade enganosa.

Morremos nas estradas (mais de 700 pessoas perderam a vida este ano) e não arriscamos na vida, confiando mais.

Cada vez gosto mais de pessoas

Ontem, no mesmo autocarro, duas conversas surreais.


Intervenientes: duas caloiras da faculdade.

- Conheces a R.? A filha da professora de Sociologia?
- Não estou a ver quem é. Porquê?
- Foi atropelada. Na semana passada. Numa passadeira.
- Mas e ela, como está?
- Já está em casa. De saúde está bem…mas parece que ficou com a cara toda desfigurada.
- Mas ela era gira???
- Nãaaaaaaaaaoooooooooo. Usava aparelho. E óculos.
- Ah OK.



Intervenientes: motorista de serviço e motorista fora de expediente.

- Opah, as pessoas são muito engraçadas. Quando um gajo ‘tá a fazer tempo para o carro sair, reclamam porque não chegamos o carro para perto da paragem. Porque estão ao frio e ao relento. Mas olha, elas não nos fazem favores, a malta é que faz o favor de transportá-los. Nós fazemos favores. Um gajo às vezes abre a porta antes da hora, faz o jeito e nem um obrigado, nem um boa tarde. Então olha, que fiquem ao frio. Percebes?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aniversários do mês

Dezembro

08 - Sopra as velas a VV, moçoila de cabelo claro e olhos azuis.

14 - Cantamos os parabéns à nossa Aninhas algures no areal de Sintra. Ou talvez não. S.Pedro, sê simpático sim?

25 - Como não poderia deixar de ser, o Menino Jesus.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Descubra as diferenças



Que eles têm algumas afinidades ideológicas, está bom de ver, mas já repararam como o Mário Nogueira e o Mao Tse Tung são fisicamente parecidos? Ao Mao só lhe faltava o bigodinho à seleccionador nacional para ser um grande líder sindical. É verdade, o Carlos Queiroz já não possui pilosidades supralabiais, mas os resultados estão à vista - seleccionador nacional tem de ter bigodaça para ter sucesso!