terça-feira, 19 de agosto de 2008

Post ao lado


Finalmente ouvi o álbum dos Deolinda na íntegra. “Canção ao Lado” dá nome a um interessante conjunto de 14 faixas tão diferentes como os padrões vários dos xailes vestidos por uma Ana Bacalhau que, de crua, nada tem. Sumarenta, a voz de Deolinda consegue ser doce e ácida, limpa e suja, melódica e estridente. No fundo, versátil. Como o bacalhau.

Este álbum, nada ao lado, consegue reunir, certeiros, ironia, amores e desamores, fado e desdita sob uma guitarra portuguesa irrepreensível e um humor simplesmente fantástico. As letras musicadas por Ana Bacalhau têm tanto de “Boca do Inferno” (Agora não que é hora do almoço. Agora não que é hora do jantar. Agora não que eu acho que não posso. Amanhã vou trabalhar. “Movimento Perpétuo Associativo”), na sátira dos costumes, como de poesia contemporânea (E soubesse eu artifícios de falar sem o dizer, não iria ser tão difícil revelar-te o meu querer. Timidez ata-me a pedras e afunda-me no rio. Quanto mais o amor medra mais se afoga o desvario. E retrai-se o atrevimento a pequenas bolhas de ar. “Não sei Falar de Amor”), na ode aos mais nobres sentimentos.

Para ouvir noite dentro. Enquanto o bacalhau demolha e a "Garçonete da Casa de Fado" atende os fregueses… No Brasil, Casa de Fado não seria mole assim.

3 comentários:

Filipe Gouveia de Freitas disse...

Querida AR,

Deixa-me agradecer-te! Depois de uns minutos em frente ao computador a pensar como seria a minha manhã graças a ti já tenho programa. Ora puxa do telemóvel, ora desata a ligar para uma amiga que não se vê há muito e pronto: lá vou eu experimentar esse Pois Brunch para depois me enfiar na Fnac a ouvir o cd dos Deolinda.

Obrigado!

AR disse...

Fico feliz por contribuir para uma manhã diferente! Depois diz o que achaste :)

De nada!

Anónimo disse...

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